... E TINHA UMA ÁRVORE NO MEIO DO CAMINHO: RENASCIMENTO DA RESILIÊNCIA - Por Herbert Lisboa Torres.

... E TINHA UMA ÁRVORE NO MEIO DO CAMINHO: RENASCIMENTO DA RESILIÊNCIA - Por Herbert Lisboa Torres.

Quando nossos pais já nos preparam para a gente nascer, estando mesmo ainda, até mesmo antes, planejando a gravidez, ou mesmo na própria, já é gerado uma série de expectativas, e os nossos são ensinados pelos próprios pais, avós e pessoas de sua época, e, com isso, geram toda uma esperança do que deveremos ser quando nascermos.

Só que vivemos numa sociedade que não há nenhuma escola adequada, sistematizada e organizada para nos ensinar e até para ensinar nossos pais a lidar com a vida, como com a administração financeiras, com as mortes e doenças da gente e de pessoas queridas ou conhecidas, para as surpresas que a vida pode nos fazer de repetente tanto positiva quanto negativamente, com as decepções, frustrações, enganações, violências, por um lado, e como usufruir adequadamente das alegrias, prazeres e felicidades momentâneas ou não que a vida nos reserva, pelo menos em nossa sociedade brasileira.

No entanto, assim, passamos a alimentar emoções como raiva, egoísmo, depressão, medo, e coisas nesta linha que nos fazer formar nossa personalidade, já pelo despreparo emocional de todos nós, criando uma sociedade com "falsas" alegrias, "falsas" metas, e vivemos um mundo de cobranças incompatíveis, com corrupções, violências das mais variadas formas, um canal de vida em prol do stress, da desunião e da desumanidade, apesar de nos chamarmos de "seres humanos".

Constata-se que nossa POSTURA DIANTE DA VIDA ESTÁ COM ÓCULOS TODO MANCHADO, mas continuamos vivendo como sobreviventes, como apegados ao passado ou alucinados pelo futuro, deixando de sermos o que somos a cada instante, porque não aprendemos a viver assim, a curtirmos a vida como um parque de diversões mesmo que seja trabalhando, ou fazendo amor, ou participando de uma festa, ou sabendo lidar com a doença, com um funeral, com o lado "ruim" da vida, que, em verdade, simplesmente é. É a vida do jeito que ela é. Nada de ruim. Apenas é a vida, e, assim, devemos comemorar desde festejando quando for o sentido real, até sendo sereno diante de uma morte da pessoa mais querida da nossa vida.

Mas, um dia, podemos aprender a renascer a RESILIÊNCIA porque já nascemos com ela e aquela cultura que estava "pronta" quando iriam até pensar em nos gerarmos, já nos preconiza a não aprender isso, não por maldade, mas por despreparo de todos, mesmo subentendendo que a maioria teria ótimas intenções em nosso nascimento.

Assim, PODE RENASCER EM NÓS A RESILIÊNCIA que seria a capacidade de aprendermos a lidar com os momentos da vida com coerência, sem deixarmos sermos levados pelas emoções, mas entendendo-as, para podermos superarmos este momento, aprendermos com ele mais ainda de todas as formas (técnica, emocional e espiritualmente), e, sairmos como mestres deste instante, em prol de si, de nossos pais, filhos, avôs, netos, amigos, e toda a humanidade.

A RESILIÊNCIA é um aprendizado do MÚSCULO POSTURAL MENTAL aonde passamos a nos educar a nos FOCAR NAS SOLUÇÕES DE TAL FATO, sem, obviamente, deixarmos de sentir o que ele nos faz mexer, ampliando a rapidez e eficácia em estarmos bem e suplantarmos tudo o que a vida nos oferta, como oferta de um belo presente, mas também como uma salgada e dolorosa surpresa, que nos faz "perder o chão".

Estou fazendo este texto exatamente num momento em que ocorreu algo gravíssimo em minha vida, que me fez chorar, que fez sofrer muita gente que de mim gosta, e que fica a incógnita se eu conseguirei superar isso com menores ou maiores danos, de uma saga que não se encerra no fato ocorrido em si, mas em muitas mudanças que destas começarão a advir.

Sou um aprendiz da RESILIÊNCIA e espero que isto tudo me faça na prática entender tudo isso e melhorar o que tanto me faz sofrer neste momento em si, ocasionado por uma batida feita por trás por outra pessoa em alta velocidade, que fez meu carro subir numa calçada, e só não capotei ou entrei no Memorial da República, que tem uma descida logo depois, por causa, fascinantemente, de um ser da natureza: uma árvore, que protegeu a mim e a atriz que eu estava exatamente para a gente fazer uma cena neste local de nosso atual filme A FILHA DO CORONÉ, junto com nossa equipe de produção.

Assim, A RESILIÊNCIA JÁ ME ENSINOU QUE, NO MEIO DO CAMINHO, TINHA UMA ÁRVORE, E ESTA SALVOU-NOS, que foi, para mim, uma obra que Deus nos colocou para que a superação deste momento fosse um exemplo, para mim, da divindade que nos acolheu no momento certo. Assim, ao "DEUS EM FORMA DESTA ÁRVORE" quero agradecer, pois do "nada" surgiu um tudo que deu alicerce a esta obra do inusitado que muito me faz, neste momento, sofrer.

Espero, finalmente, que a RESILIÊNCIA me ensine que, mesmo com a postura de superação que podemos ter, como qualquer ser humano, há Deus que nos alimenta e nos fundamenta como seres humanos, e nos dá novas chances de não só entendermos que a vida não é uma sobrevivência, mas sim uma VIVÊNCIA PROVEITOSA E CHEIA DE BRILHO, seja lá com o que ocorrer, e, finalmente, nos ensine a lidar com os que "incompreendem" este ato e até revertem as visões do fato ocorrido, pois eles não sabem o que estão fazendo, como diria Cristo.

RESILIENTEMENTE FALANDO, MUITO OBRIGADO DEUS, em suas maiores formas como uma árvore no meio do caminho, como amigos, familiares, circunstâncias de que, se não existissem, nós poderíamos estar vivos. Espero a resilência assim como um caldo de cana que é doce depois de passar por muitos apertos das máquinas que o homem inventou, ou até diretamente nela.

Como diria o monge ze-budista Thich Nath Hanh, "QUE MOTIVOS HÁ DE EU BRIGAR COM O MUNDO SE EU ESTOU EM PAZ COMIGO MESMO", mesmo que eu sei que não estou ainda em paz com o ocorrido, mas que a vida nos dá FATOS REAIS para podermos não aprender ou aprendermos a sermos resilientes com a vida. É uma decisão nossa, mesmo sabendo que, ANTES DE SABERMOS DECIDIR ASSIM, precisamos aprender a saber o que é isso, senão seremos carregados por nossos sofrimentos e, se com resiliência sofremos 10%, diria que sem ela sofreremos 300%. Não é só decisão, mas precisarei aprender a aprender.